Mansão deslumbrante de Curitiba será cenário da 2ª temporada da série O Mecanismo

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A segunda temporada da série “O Mecanismo”, que estreia na Netflix no dia 10 de maio, vai trazer algumas cenas gravadas em Curitiba — cidade que foi também sede da maior parte da operação Lava-Jato, que inspira a produção. E uma das locações escolhidas como cenário para as filmagens foi a Casa Vertical, um dos projetos mais emblemáticos do arquiteto Marcos Bertoldi.

A edificação serve como residência ao personagem Ricardo Brecht, correspondente ficcional ao empresário Marcelo Odebrecht interpretada por Emílio Orciollo Netto, e deve aparecer na série apenas internamente, em algumas tomadas da sala principal e hall de entrada, além da exuberante vista para um campo de golfe.

O que motivou a escolha foi a disponibilidade do proprietário da residência em ceder o espaço da casa Casa Vertical, mas também o fato de que esta reúne em sua composição uma vasta coleção de obras de arte e mobiliário de design, além de proporcionar uma grande vista de um campo de golfe e incluir em sua arquitetura a tradição do material que é símbolo do modernismo, o concreto armado.

Segundo a Marcos Bertoldi Arquitetura, a casa corresponde às pretensões e ao projeto de vida de um jovem herdeiro e colecionador. O terreno está localizado ao lado Graciosa Country Club, onde fica o campo de golf mais central da cidade. Suas particularidades, como as dimensões, formato, legislação e vizinhança, moldaram e condicionaram diversas decisões do projeto que, à época de sua execução, tinha como objetivo receber grandes festas e recepções.

Base concreta

Construída em um terreno de 1.200 m² em formato triangular, a casa tem cinco pavimentos. O térreo e o primeiro foram destinados para acessos, ao pátio e abrigo de automóveis, serviços, instalações e apartamentos para pessoal, além de uma galeria com acesso à coleção de arte.

O espaço expositivo foi instalado numa planta em T com em pé direito duplo, com uma das pernas do T reservada para um jardim intramuros, previsto para exposição de esculturas, espelho d’água e jardim aquático. A cobertura desta galeria, em terraço jardim, recria o terreno dois pavimentos acima do térreo, disponibilizando uma área gramada acessível a partir do piso dos quartos ou do salão principal instalado na caixa de vidro.

A linguagem plástica adotada pelo arquiteto priorizou uma volumetria de blocos maciços em concreto armado em um trabalho de adições e subtrações de massas onde os túneis de circulação das rampas e os volumes das circulações verticais rasgam o corpo principal do edifício, fazendo com que as fachadas sejam representadas pelas circulações que percorrem o prédio.

A fachada frontal, de caráter mais volumétrico e escultórico, tem poucas aberturas em oposição à caixa de vidro, aérea e transparente, que cobre a praça de entrada em pé-direito triplo. “A posterior, mais extrovertida e permeável, é volumetricamente mais movimentada, condicionada pelo forma e proporções do terreno, além da legislação urbana. Inclui diversas aberturas e terraços para melhor integração com a paisagem”, informa o arquiteto.

O mobiliário proposto, também entendido como uma coleção, é uma mescla de mobília internacional, trazida de residências anteriores e uma coleção de mobiliário brasileiro autoral, modernista e contemporâneo, criada pelos principais arquitetos e designers brasileiros do século 20 e da geração atual.

Distribuição e pavimentos

A casa, de aproximadamente 1.750 m², foi projetada para um casal e duas meninas. No térreo, além do acesso para veículos, uma grande praça parcialmente coberta pela caixa de vidro, não murada e de proporções monumentais dá acesso ao hall de entrada e para a galeria de arte particular. Subimos aos andares superiores de três formas distintas, por elevador ou rampas para as áreas principais e escadas para as áreas de serviço.

“A partir do hall de entrada no térreo subimos dois pavimentos para acessar o piso com ambientes separados pela marcenaria magenta, rasgado por uma janela em fita de 26 metros de comprimento com as primeiras vistas para o campo de golf e acesso ao jardim secreto, contendo este, três espécies de Pau-Ferro (Caesalpinia ferrea), árvore nativa da Mata Atlântica Brasileira”, disse o arquiteto. Este piso é dedicado aos quartos das filhas e hóspedes e das salas de uso mais cotidianos, contendo a principal cozinha da casa que se conecta com as outras duas cozinhas por elevador monta-cargas. Ainda existe uma quarta cozinha para uso do pessoal.

O terceiro piso abriga os maiores espaços e é o piso dedicado as maiores interações familiares e as grandes recepções. É o pavimento da caixa de vidro em pé-direito duplo, que atravessa transversalmente o grande paralelepípedo em concreto armado, debruçando-se sobre o campo de golf numa extremidade e voltado para o skyline do centro da cidade na outra ponta. Este piso também abriga a suíte principal da residência com acesso ao jardim secreto, contendo escada externa para a piscina no terraço superior, além de acesso ao terraço lateral com vistas para o clube.

O quarto pavimento contém as principais atividades sociais e familiares para uso diurno: decque e piscina, lounge e bar, com amplas perspectivas para o campo de golf, além de sauna e cozinha com churrasqueira para almoços.

A piscina é revestida em mosaico de vidro a partir de um desenho original do artista plástico Paolo Ridolfi, executado, desmontado e encaixotado em São Paulo e trazido para Curitiba para sua instalação definitiva. O ambiente interno, em mezanino entre os dois vazios da caixa de vidro, abriga mesa para DJ e pista de dança.

Imagem: Alan Weintraub/Divulgação
Fonte: Gazeta do Povo